Aplicação de farinha de cromite em pastilhas
A farinha de cromite — finamente moída a partir do minério de cromite (FeCr₂O₄) — é um enchimento funcional essencial no fabrico de pastilhas de travão, valorizada pelas suas propriedades físicas e químicas únicas que melhoram o desempenho, a durabilidade e a segurança da travagem. A sua função abrange a melhoria da resistência ao desgaste, a regulação da estabilidade do atrito e a mitigação da degradação relacionada com o calor, tornando-a um componente essencial em sistemas de travagem de alto desempenho.
1. Maior resistência
A elevada dureza (5,5–6,5 Mohs) e a densidade (4,3–4,8 g/cm³) da farinha de cromite permitem que esta atue como um abrasivo robusto, resistindo ao desgaste provocado pelo atrito repetido entre as pastilhas e os discos de travão. Quando adicionado às formulações de pastilhas de travão (tipicamente na proporção de 2–8% em peso), forma uma matriz densa e resistente ao desgaste que prolonga a vida útil da pastilha. Estudos mostram que as pastilhas de travão com farinha de cromite apresentam taxas de desgaste 30–50% mais baixas do que as sem farinha, mesmo em condições de utilização intensa (por exemplo, condução urbana frequente ou reboque).
2. Regulação
A farinha de cromite é uma ferramenta essencial para otimizar os coeficientes de atrito nas pastilhas de travão. Ajuda a manter um nível de atrito estável numa vasta gama de temperaturas (desde a temperatura ambiente a 300–500 °C) e pressões de travagem, garantindo um poder de travagem consistente. Por exemplo, nas pastilhas de travão de alto desempenho, o teor de farinha de cromite cuidadosamente calibrado pode atingir um coeficiente de atrito de 0,35–0,45 (em conformidade com as normas internacionais de grau FF). Esta regulamentação também reduz o “desgaste por fricção” — uma queda repentina na eficiência de travagem devido ao calor excessivo — equilibrando a aderência da pastilha e a dissipação de calor.
3. Estabilidade
Uma das características mais valiosas da farinha de cromite é a sua excecional estabilidade térmica. Com um ponto de fusão superior a 2.180 °C, mantém a sua integridade estrutural mesmo quando a temperatura dos travões aumenta durante paragens de emergência ou descidas. A altas temperaturas, a farinha de cromite reage com o oxigénio para formar uma fina película protetora de óxido de crómio (Cr₂O₃) na superfície da pastilha. Esta película atua como uma barreira contra a oxidação adicional, prevenindo a degradação térmica do material da pastilha e mantendo um desempenho de travagem consistente.
4. Resistência
O teor de crómio da farinha de cromite (tipicamente 44–46%) confere-lhe uma excelente resistência à corrosão por humidade, sal e produtos químicos — desafios comuns em ambientes agressivos (por exemplo, regiões costeiras ou estradas com condições de inverno com sais de degelo). As pastilhas de travão que contêm farinha de cromite são menos propensas à ferrugem e a danos superficiais, o que prolonga a sua vida útil e mantém a eficiência da travagem mesmo em condições adversas.
5. Custo-efetividade e conformidade
Comparada com os materiais de fricção de primeira qualidade, como o cobre ou as fibras cerâmicas, a farinha de cromite é relativamente barata, sendo um aditivo económico para os fabricantes de pastilhas de travão. Além disso, é um mineral natural e não tóxico (quando processado para remover vestígios de impurezas) que pode substituir parcialmente materiais perigosos como o amianto (proibido por riscos para a saúde) ou metais pesados (por exemplo, chumbo). Isto está em conformidade com as normas ambientais modernas (por exemplo, as normas REACH da UE e GB da China) e a procura dos consumidores por soluções de travagem “verdes”.
Formulação tamanho detípica
A farinha de cromite é normalmente utilizada em formulações de pastilhas de travão em concentrações de 2 a 8% em peso, dependendo das características de desempenho desejadas. Para obter resultados ótimos, é moída até atingir um tamanho de partícula fino (malha 200 a 400), o que garante uma distribuição uniforme na matriz da pastilha de travão e maximiza a sua interação com outros componentes (por exemplo, resinas, fibras, abrasivos). Este tamanho de partícula fino também ajuda a reduzir o ruído e a vibração dos travões, preenchendo microlacunas na estrutura da pastilha.
